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BIAL distingue Miguel Seabra com Grande Prémio Bial de Medicina 2014 e Tiago Bilhim com Menção Honrosa do Prémio BIAL 2014

Miguel Seabra, Professor Catedrático da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa e um dos principais cientistas internacionais na área de medicina molecular e celular, é o vencedor do Grande Prémio Bial de Medicina 2014.

Miguel Seabra e a sua equipa, composta pelas investigadoras Tatiana Tolmacheva, Sara Maia e Cristiana Pires, recebem o Grande Prémio Bial de Medicina 2014, no valor de 200 mil euros, numa cerimónia que se realiza no Pólo das Ciências da Saáde da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, presidida pelo Presidente da Repáblica.

O trabalho premiado "Da descoberta do gene à terapia genética em 20 anos: o caso da coroideremia uma degeneração hereditária da retina" é o resultado da investigação a uma doença genética rara, que afeta a retina e leva à cegueira de indivíduos do sexo masculino, sendo responsável por cerca de 4% dos casos de cegueira no mundo.

Miguel Seabra e a sua equipa descobriram que doentes com coroideremia não têm a proteína REP-1, produzida a partir do gene CHM, cujas mutações causam a patologia. Realizaram um ensaio clínico baseado em terapia génica que envolveu a injeção, nas células da retina dos doentes, de um pequeno vírus que transporta o gene CHM. O vírus produz a proteína REP-1 em falta nessas células e assim impede o avanço da degeneração da retina.

Os primeiros resultados publicados em 2014 são muito positivos: vários doentes mostraram melhorias reais na sua visão. é expectável que nos próximos 5 anos a terapia génica venha a ser um tratamento curativo generalizado para doentes com coroideremia. Se assim for, esta doença genética será uma das primeiras a nível mundial a poder ser tratada de forma curativa e não apenas sintomática, abrindo caminhos para a cura de outras doenças genéticas do foro ocular.

A segunda Menção Honrosa do Prémio BIAL 2014 foi atribuída ao trabalho "Embolização das artérias prostáticas no alívio dos Sintomas do Trato Urinário Inferior em doentes com Hiperplasia Benigna da Próstata ", de Tiago Bilhim, Professor de Radiologia na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa e Radiologista no Centro Hospitalar de Lisboa Central e João Bexiga Pisco, professor jubilado da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.

A hiperplasia benigna da próstata é o tumor benigno mais frequente em homens com mais de 60 anos. Neste grupo etário afeta mais de 50% dos homens e mais de 90% com idade de 80 anos.

O trabalho, que conquistou uma Menção Honrosa do Prémio Bial, apresenta um estudo prospetivo em 255 doentes com hiperplasia benigna da próstata sintomática, submetidos a embolização prostática (técnica terapêutica minimamente invasiva guiada por imagem, realizada por radiologistas de intervenção).

As taxas de sucesso clínico foram de 82%, após 1 mês, e 72%, após 3 anos. Em 32 doentes submetidos a embolização prostática foi obtido sucesso clínico em 94% dos doentes. Estes resultados provaram que esta técnica é segura e eficaz, levando a uma redução média do volume prostático de aproximadamente 30%.

Desde 2011 que os autores deste trabalho formam radiologistas de intervenção nesta técnica, permitindo que possa ser realizada em centenas de instituições por todo o mundo, tendo já formado 78 equipas médicas de radiologistas de intervenção e urologistas. Atualmente estão a ser tratados 806 doentes, 20% dos quais estrangeiros de 45 nacionalidades. Está a decorrer um ensaio clínico aprovado pela regulador norte-americano, FDA – Food and Drug Administration, em 80 doentes a comparar de forma aleatória a embolização prostática com placebo para provar o real efeito terapêutico da técnica.

Fonte: BIAL

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