pixel Professor da NOVA integra equipa que descobriu ''salamandras gigantes'' | Universidade NOVA de Lisboa

Professor da NOVA integra equipa que descobriu ''salamandras gigantes''

Foi descoberta em Portugal o fóssil de uma salamandra que viveu na época dos dinossauros e que era um dos maiores predadores da Terra há cerca de 200 milhões de anos. A escavações decorreram na zona de Loulé, no Algarve. A equipa de paleontólogos identificou esta espécie de anfíbio desconhecida até agora, dando-lhe um nome que serve de homenagem à região onde se encontrava: Metoposaurus algarvensis.

"Esta descoberta é o exemplo de um achado de uma época da qual conhecemos muito pouco em Portugal, o Triásico, há cerca de 200 milhões de anos, altura em que viveram alguns dos primeiros dinossauros", explica Octávio Mateus, um dos paleontólogos envolvidos na descoberta. O trabalho envolveu investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa, do Museu da Lourinhã, das Universidades de Edimburgo e Birmingham, no Reino Unido e ainda do Museu de História Natural de Paris.

Estes anfíbios primitivos são parentes distantes das verdadeiras salamandras actuais. Os metopossauros faziam parte do grupo ancestral do qual os anfíbios modernos - tais como sapos e salamandras - evoluíram. "A riqueza do local era impressionante. A jazida tinha uma densidade de vários crânios por metro quadrado", diz Octávio Mateus. Esta espécie agora investigada chegava a atingir 2 metros de comprimento, vivia em lagos e rios, de forma semelhante aos crocodilos actuais.

A descoberta revela que a distribuição geográfica deste grupo de animais era maior do que se pensava. Restos fósseis deste tipo de animais foram encontrados em áfrica, Europa e América do Norte mas as diferenças na estrutura do crânio e mandíbula dos fósseis encontrados em Portugal revelaram que estes pertenciam a uma nova espécie.

Apenas uma fração do local - cerca de 4 metros quadrados - foi escavado até agora, e a equipa irá prosseguir o trabalho para descobrir novos fósseis. O estudo foi publicado noJournal of Vertebrate Paleontology. Steve Brusatte, cientista da Universidade de Edimburgo, e um dos autores do estudo, sublinha: "Este novo anfíbio parece saído de um filme de monstros. Era tão comprido como um pequeno carro e tinha centenas de dentes afiados e uma grande cabeça chata, que se parece com uma tampa de sanita. Este era o tipo de predador feroz que os primeiros dinossauros tinham que enfrentar, muito antes dos dias de glória doTiranossaurus Rex e do Brachiosaurus."

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