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Investigador da NOVA participa no maior estudo genético das resistências da tuberculose

Professor Miguel Viveiros, do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, é um dos portugueses que assina o artigo que revela resultados importantes no combate à tuberculose resistente.

A revista científica Nature Genetics publicou o maior e mais completo estudo sobre a base genética da resistência do bacilo da tuberculose (Mycobacterium tuberculosis). O estudo confirma dados já conhecidos sobre mutações genéticas ligadas a estirpes resistentes mas descreve também novas mutações associadas à resistência a fármacos de segunda-linha, recorrentemente utilizados no tratamento da tuberculose multiriresistente.

A investigação, liderada pela London School of Hygiene and Tropical Medicineconta com a participação de vários investigadores portugueses, incluindo o Professor Miguel Viveiros, do Instituto de Higiene e Medicina Tropical. O Professor coordenou a investigação em Portugal juntamento com Isabel Portugal e João Perdigão, professora e investigador no Instituto de Investigação do Medicamento da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa; com colaboração do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge e do Instituto Gulbenkian de Ciência.

No artigo Genome-wide analysis of multi- and extensively drug-resistant Mycobacterium tuberculosis são identificadas novas interações entre genes associados à resistência que poderão contribuir para níveis de resistência aumentados e é realçado o papel das bombas de efluxo (proteínas localizadas na membrana celular e especializadas no transporte de moléculas) no desenvolvimento da resistência nesta espécie bacteriana.

Os novos dados, além de resultarem num conhecimento mais abrangente e profundo acerca dos mecanismos de resistência por parte do M. tuberculosis, vão possibilitar a inclusão de marcadores específicos para a resistência em novos testes de diagnóstico molecular, com vista a um aumento da sua sensibilidade e especificidade e, sobretudo, permitir o diagnóstico precoce da tuberculose resistente. Tudo isto irá possibilitar ajustes na terapêutica de modo a que esta seja mais eficaz contra os bacilos resistentes, aumentando a taxa de cura dos doentes com tuberculose multirresistente ou extensivamente resistente e evitando a sua transmissão e propagação como tem acontecido até à data.

Os resultados obtidos assumem especial relevância no contexto atual da iniciativa da OMS – End TB Strategy, com vista à eliminação da tuberculose em 2035, apoiada, entre outros pilares, na intensificação da investigação e inovação.

Professor Miguel Viveiros
Professor Miguel Viveiros, coordenador a nível nacional do maior estudo genético das
resistências da tuberculose, em colaboração com investigadores do iMed.ULisboa

Fonte/ Imagem: IHMT