pixel Mecanismo de divisão de bactérias desvendado no ITQB NOVA e publicado na revista Nature | Universidade NOVA de Lisboa

Mecanismo de divisão de bactérias desvendado no ITQB NOVA e publicado na revista Nature

Estudo desenvolvido no Laboratório de Mariana Pinho põe fim a um debate que decorria dentro da comunidade científica.

Mariana Gomes de Pinho distinguida com Bolsa ERC Consolidator

A divisão celular é crucial para a sobrevivência e multiplicação das bactérias, e é por isso um óptimo alvo para os antibióticos poderem actuar. O Laboratório de Mariana Gomes de Pinho do Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier da NOVA conseguiu agora desvendar os detalhes moleculares que controlam o momento da divisão de uma bactéria em duas, pondo fim a um debate que decorria dentro da comunidade científica. Os resultados foram recentemente publicados na revista Nature.

As bactérias têm uma parede celular exterior à célula, que lhes permite resistirem ao stress mecanico a que possam ser sujeitas. O componente principal dessa parede é o peptidoglicano, que tem de ser sintetizado no sítio certo e da forma adequada para fazer um septo que vai permitir separar a bactéria em duas exactamente iguais à célula que lhes deu origem.

Dentro da comunidade científica temo-nos debatido sobre qual é a força que provoca a separação física da bactéria em duas: será o esqueleto da célula, o citoesqueleto, que as empurra? Ou será que é a incorporação do peptidoglicano na formação nova parede, pela sua rigidez, o responsável pelo empurrar do septo que vai separar as novas células? Conseguimos agora responder em definitivo a esta questão” conta Mariana Gomes de Pinho, líder do laboratório do ITQB NOVA onde o trabalho foi desenvolvido. A investigadora adientou ainda que “aquilo que descobrimos permite incorporar os dois modelos que estavam a ser propostos, porque na realidade acontece um pouco de cada um deles, explicando os detalhes moleculares dos eventos”.

A divisão das células, chamada citocinese, ocorre então em dois passos: o primeiro, inicial e lento, é provocado pelo citoesqueleto e é responsável pela invaginação da membrana da célula mãe no sítio certo para se dividirem ao meio. O segundo passo é rápido, e é continuado pela incorporação do peptidoglicano nas duas novas paredes celulares.

Os resultados deste estudo vêm no seguimento do financimento atribuído à investigadora Mariana Pinho em 2012, quando recebeu uma ERC Starting Grant. Nos próximos cinco anos investigadora vai continuar o estudo sobre a resistência aos antibióticos graças ao financimanto da ERC Consolidator Grant (Bolsa de Consolidação, em português), que lhe foi recentemente atribuída pelo Conselho Europeu de Investigação. 

Saiba mais sobre este estudo e aceda ao artigo completo através do site do ITQB NOVA.

 

Fonte: ITQB NOVA