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50 anos da Crise Académica de 1969 comemorados na Reitoria da NOVA

Mais de 120 participantes recordaram o legado da luta estudantil do final dos anos 60.

Recordar o legado da luta estudantil de Coimbra no final da década de 60 foi o objetivo do colóquio comemorativo dos 50 anos sobre a Crise Académica de 1969 que no dia 3 de dezembro reuniu mais de 120 participantes na Reitoria da Universidade NOVA de Lisboa.

O Professor José João Abrantes, Pró-Reitor da NOVA, deu início ao colóquio com um discurso no qual descreveu o contexto sociopolítico nacional e internacional que viria a desencadear os diversos acontecimentos que caracterizam o episódio da Crise Académica de 1969, como as greves às aulas e exames, manifestações e luto académico. O Professor lembrou ainda a importância de recordar «um dos momentos mais marcantes da luta contra o fascismo em Portugal. Quando na Europa e em Portugal crescem projetos políticos de extrema direita, torna-se imperioso denunciar a natureza do regime que nos governou entre 26 e 74».

Alertou ainda para a atualidade do episódio, referindo que «os estudantes lutavam por uma universidade nova e por um país novo. Lutavam contra um regime político e opressor e uma guerra injusta, mas também por uma mudança de vida e valores. (…) A necessidade dessa luta mantém-se e o combate de Coimbra em 1969 faz parte de um longo percurso, que está longe de chegar à meta

O programa seguiu com um debate moderado pelo professor José João Abrantes que contou com diversas figuras que tiveram um papel relevante na Crise Académica de 1969, nomeadamente Alberto Martins (em 1969, Presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra), Celso Cruzeiro (em 1969, membro da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra), Francisco George (em 1969, estudante de Medicina em Lisboa) e Mário Campos (em 1969, estudante de Medicina e jogador de futebol da Académica).

5 frases do debate

Durante o debate, houve várias intervenções relevantes. Destacamos aqui algumas:

  1. «[A Crise Académica de 1969] foi uma altura de politização dos estudantes e por isso um momento de grande singularidade» - Alberto Martins, Presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra em 1969
  2. «A crise de Coimbra permitiu a união em torno de questões concretas da atividade dos estudantes, tendo sido possível juntar pessoas com ideais políticos muito diferentes» - Celso Cruzeiro, membro da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra em 1969
  3. «Lá fora, esta manifestação foi na altura descrita como a mais pacífica de sempre» - Francisco George estudante de Medicina em Lisboa em 1969
  4. «O futebol é uma arma política (...) Se não houvesse futebol, esta visibilidade que ajudámos a criar não existia. É engraçado que desta Final, não se fala do jogo» - Mário Campos, estudante de Medicina e jogador de futebol da Académica em 1969, referindo-se à Final da Taça em 1969 em que a Académica jogou contra o Benfica numa que ficou partida marcada por ações associadas à luta estudantil

 

Enquanto Universidade Global e Cívica, a NOVA procura apoiar iniciativas de promoção de valores democráticos e que contribuam para a construção de uma instituição académica eficaz e responsável, em linha com o ODS 16 - Paz, Justiça e Instituições Eficazes. Para além deste colóquio, connheça outras iniciativas da Universidade que contribuem para este Objetivo de Desenvolvimento.