pixel ENSP-NOVA apresenta uma análise sobre o excesso de mortalidade por COVID-19 em Portugal | Universidade NOVA de Lisboa

ENSP-NOVA apresenta uma análise sobre o excesso de mortalidade por COVID-19 em Portugal

Vírus

Um grupo de investigadores da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa (ENSP NOVA) disponibilizou os resultados de um estudo que aponta que, num mês, morreram mais 1255 pessoas do que era esperado. Os investigadores Alexandre Abrantes, André Vieira, Pedro Aguiar e Vasco Ricoca, do Centro de Investigação em Saúde Pública da ENSP NOVA, apontam que 49% do excesso de óbitos estimados foram registados como COVID-19, sendo outros 51% atribuídos a outras patologias.

Saiba mais sobre este estudo abaixo.

A ENSP NOVA tem estado a acompanhar a situação nacional da COVID-19 em diferentes vertentes, nomeadamente através do Barómetro COVID-19, um projeto de investigação que tem como objetivo contribuir em tempo útil aos desafios que nos impõe esta pandemia global.


Resumo

Um mês após a primeira morte registada por COVID-19 em Portugal, registaram-se 18 051 casos e 599 mortes por COVID-19, ou seja uma incidência cumulativa de cerca de 176 casos por 100,000 habitantes e uma letalidade de 3,3%. Entre 16 de março e 14 de abril, registaram-se mais 1 255 óbitos do que o esperado, com base na mortalidade média diária durante os 10 anos anteriores. O excesso de óbitos ultrapassa frequentemente o limiar das médias dos últimos 10 anos mais 2 desvios padrão, especialmente na última semana de março e primeira de abril de 2020. O excesso de mortalidade afetou de forma desproporcionada as pessoas com mais de 75 anos: 1 030 óbitos acima do esperado para as pessoas com mais de 75 anos e só 64 óbitos acima do esperado para as pessoas entre os 65 e os 74 anos. Quarenta e nove porcentos (49%) do excesso de óbitos estimados foram registados como COVID-19, sendo outros 51% atribuídos a outras patologias. Durante o período em análise registou-se um nº de óbitos por causas externas (que inclui os acidentes de viação) muito inferior ao que seria de esperar com base nas médias dos últimos 10 anos. Esta redução deve ser resultado das severas limitações à mobilidade viária impostas pelas autoridades. Na segunda semana de abril registou-se uma redução sustentada do nº de óbitos por COVID-19 e o excesso de mortalidade quase desaparece. 

Este estudo analisa o excesso de mortalidade em Portugal, desde o 16 de março até 14 de abril, com base nos registos de mortalidade diária dos últimos 10 anos. Comparou-se a mortalidade observada com a mortalidade esperada, com base na média dos anos anteriores, usando intervalos de confiança de 2 desvios padrão. Usou-se também um modelo ARIMA para estimar excesso de mortalidade no período de interesse.

Leia o artigo na íntegra.


Nas notícias

TVI 24 - Portugal registou mais 1.255 óbitos do que o expectável um mês após a primeira morte por Covid-19
Sol - Num mês morreram mais 1255 pessoas do que seria esperado
SIC Notícias - Número de mortes por COVID-19 em Portugal pode estar subestimado
Rádio Renascença - Portugal regista mais 1.255 óbitos do que o expectável um mês após a primeira morte por Covid-19
i - Num mês morreram mais 1255 pessoas do que seria esperado
Executive Digest - Morreram mais 1255 pessoas do que esperado desde o início da Covid-19 em Portugal