pixel Impacto das secas e ondas de calor na agricultura triplicou nos últimos 50 anos na Europa | Universidade NOVA de Lisboa

Impacto das secas e ondas de calor na agricultura triplicou nos últimos 50 anos na Europa

As perdas em colheitas relacionadas com episódios de calor intenso e secas triplicaram nos últimos 50 anos na Europa, de acordo com um estudo desenvolvido por investigadores do CENSE (Centre for Environmental and Sustainability Research) da Nova School of Science and Technology | FCT NOVA e do Goddard Institute for Space Studies da NASA.

O trabalho, recentemente publicado na revista Environmental Research Letters, analisou os dados da produção agrícola e eventos climáticos extremos (secas, ondas de calor, inundações, ondas de frio) em 28 países europeus (atuais UE e Reino Unido) entre 1961 e 2018.

“Os números revelam que as secas são cada vez mais frequentes e mais intensas e que os episódios são mais graves", em particular para os cereais, explica Teresa Brás, coordenadora do estudo e investigadora da Nova School of Science and Technology | FCT NOVA. “Estas perdas, causadas por desastres climáticos extremos, podem levar à escassez de alimentos e picos de preços”, acrescenta.

“O aumento da severidade dos impactos das secas e das ondas de calor na produção de alimentos requer um novo olhar sobre as espécies alimentares mais resistentes ao clima, enquanto o uso inteligente da água na agricultura se deve tornar dominante”, comenta Júlia Seixas, Presidente do Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente da Nova School of Science and Technology.

Sendo a União Europeia um dos principais produtores e exportadores de produtos agro-alimentares, as perdas na produção causadas por eventos climáticos extremos podem ter repercussões no sistema alimentar a nível global, seja na disponibilidade dos produtos, seja no seu preço, observa o estudo. Por exemplo, a onda de calor e a seca que se viveu na Europa em 2018 causaram uma queda de 8% na produção de cereais em relação à média dos cinco anos anteriores.

Leia o estudo completo aqui.

Fonte: FCT NOVA