pixel Programa Critical Futures estreia-se com seminários sobre novas gramáticas da arte global e diálogos em liberdades comunitárias | Universidade NOVA de Lisboa

Programa Critical Futures estreia-se com seminários sobre novas gramáticas da arte global e diálogos em liberdades comunitárias

Através do Projeto T-Factor, ação de Inovação financiada pelo Horizonte 2020 com o objetivo de desbloquear o potencial transformador dos "espaços transitórios" na regeneração urbana, a Comissão Europeia indica e apoia a necessidade de dar atenção a novas abordagens para a regeneração urbana e a sua envolvente política e sociocultural.

Com esta referência, e com o objetivo de contribuir para a formação da massa crítica necessária para alimentar, num futuro próximo, os protagonistas desses processos de renovação, o piloto do T-Factor em Lisboa / Trafaria organiza-se sob o título Critical Futures, um programa aberto de seminários, workshps e conferências, que decorrerão, online e / ou offline, durante os quatro anos do projeto.

O programa Critical Futures será inaugurado esta Primavera, com dois seminários complementares:

Nova Arte Global: Gramáticas do Fugitivo | 10 a 21 de maio de 2021 | Professor Paul Goodwin (University of the Arts London)

Enquanto artistas e criativos, podemos basear-nos em tradições de combate para imaginar novos mundos e romper de forma disruptiva com modos normativos de pensar e fazer. Este seminário sugere que precisamos explorar essas tradições e práticas radicais e aprofundar essa exploração para criar novas gramáticas e linguagens que serão necessárias num mundo pós-Covid. As sessões do seminário basear-se-ão em conceitos e terminologias da luta descolonial e da tradição radical negra – tal como surge na obra de escritores como Edouard Glissant, Fred Moten, Tina Campt, Saidiya Hartman e outros. Em particular, iremos concentrar-nos em alguns termos e conceitos-chave que remodelam radicalmente a arte contemporânea e as práticas curatoriais e que, em conjunto, denominaremos como 'Gramáticas do Fugitivo'.

O seminário será composto por duas partes: na Parte 1 abordaremos a figura do “fugitivo”,  o precário ou “undercommons”, e o modo como essa figura pode inspirar práticas radicais de ruptura, recusa, escape e reconfiguração de mundos. Na Parte 2 exploraremos a curadoria e, em particular, a forma como a curadoria pode suscitar novos modos de pesquisa e novas formas de crítica sobre as urgências atuais da condição global.

Diálogos e exercícios em liberdades comunitárias | 31 de maio a 14 de junho de 2021 |  Professora Basia Sliwinska (University of the Arts London)

O curso 'Diálogos e exercícios em liberdades comunitárias' terá o seu foco nas artes para a justiça social, permitindo, até, a transformação e mudança sobre as comunidades vizinhas. Usando uma série de estudos de caso (artes, ativismo visual, artivismo) explorará a relação entre ativismo visual, urgências e emergências sociais contemporâneas e feminismos; e como as suas interseções permitem a mudança social. A atual pandemia de Covid-19 já reimaginou o adágio feminista dos anos 1970: o que é pessoal é político, com um renovado sentido de urgência. O mundo como o conhecíamos está desequilibrado; não existe mais e não é mais possível. Como podemos então agir e ‘respirar’ em conjunto para tornar o mundo 'igualmente habitável' para todos? Como criar espaços de cuidado que respeitem as experiências vividas e que sejam abertos a pertenças intersetoriais?

 

Horário

As sessões destes dois seminários serão abertas e online e acontecerão, nos períodos referidos, todas as segundas, quartas e sextas-feiras (exceto 11 de junho), entre as 18h00 e as 20h00.

Inscrições

Os interessados em participar devem entrar em contacto com aparicio.irene@gmail.com

Sobre Paul Goodwin

PAUL GOODWIN é um curador independente, teórico urbano e investigador baseado em Londres. Os seus projetos de curadoria, pesquisa e escrita estendem-se pelos campos interdisciplinares da arte contemporânea e do urbanismo, com foco em artistas negros e da diáspora e culturas visuais. No Centro de Pesquisa Urbana e Comunitária do Goldsmiths College, da Universidade de Londres, Paul dirigiu, entre 2006 e 2010, o projeto “Re-visioning Black Urbanism”, um projeto de investigação interdisciplinar que explora as múltiplas modalidades de negritude e urbanismo em cidades como Londres, Lisboa e Paris .

A sua investigação multidisciplinar e a sua prática curatorial giram em torno da exploração do potencial criativo das cidades, olhando as exposições artísticas, por exemplo, como locais de intervenção estética, sociocultural e política. No campo urbano, isso será enquadrado em torno da compreensão de como a presença negra e migrante nas cidades se moldou e, por sua vez,  foi moldada por formas de estética urbana e de modernidade sociocultural.

Sobre Basia Sliwinska

BASIA SLIWINSKA é conferencista em Estudos Culturais e Históricos na University of the Arts London e investigadora associada na Universidade de Gotemburgo. Tem publicado sobre ativismo(s) visual(is) feminista(s) e configurações transnacionais na prática artística feminina contemporânea. Livros recentes e futuros: Transnational Belonging and Female Agency in the Arts (2022); Feminist Visual Activism and the Body (2021), The Female Body in the Looking-Glass: Contemporary Art, Aesthetics and Genderland (2016; 2018) e (co-editado) The Evolution of the Image: Political Action and the Digital Self (2018).  Basia faz parte da equipa de investigação do projeto “Ativismo Visual e Diversidade Sexual no Vietnam”, com o apoio do Art and Humanities Research Council.