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Enzima do fígado humano vista pela primeira vez a 3D por cientistas da NOVA

Investigadoras portuguesas da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa, cristalizaram e determinaram a estrutura 3D da proteína Aldeío Oxidase (AOX) do fígado humano.

Os resultados obtidos podem ser usados para optimizar estudos de desenvolvimento de fármacos, tendo em vista a produção de melhores medicamentos num espaço de tempo mais curto e com menos falhas, diminuindo, assim, o respectivo custo. Este trabalho foi realizado em colaboração com cientistas de Potsdam na Alemanha e os resultados foram publicados a 31 de agosto de 2015 na Nature Chemical Biology.

A AOX é uma enzima cuja participação no metabolismo de fármacos tem um grande impacto no processo de desenvolvimento de novos medicamentos o que justifica o enorme interesse da industria farmacêutica pela AOX. Esta enzima esta presente no fígado e metaboliza de modo não especifico uma grande variedade de fármacos e compostos xenobióticos.

"Neste trabalho conseguimos cristalizar e determinar a estrutura 3D da AOX Humana, o que permitiu compreender a respectiva acção catalítica e modo de inibição. Esta informação irá contribuir para melhorar o processo de desenho de fármacos permitindo que as farmacêuticas possam desenvolver métodos in’silico de previsão do metabolismo pela AOX. Este é um passo crucial para guiar a descoberta de fármacos e avaliar a farmacocinética nos ensaios clinicos’’, explica a Professora Doutora Maria João responsável pelo grupo de Cristalografia Molecular da FCT-NOVA e Directora da Unidade de Investigação UCIBIO.

A proteína completa possui mais de 1330 aminácidos. ‘’Devido ao seu grande tamanho usámos a Cristalografia de Raios X para determinar a estrutura 3D da enzima e poder ‘’ver’’ o complicado arranjo dos aminoácidos entre si. Apenas quando conseguimos localizar as posições da maioria dos mais de 10 mil átomos é que podemos correlacionar a estrutura com a função e tirar conclusões acerca dos mecanismos enzimáticos e de inibição’’, explica Catarina Coelho, investigadora pós-doc na FCT-NOVA e primeira autora do artigo.

Para se poder determinar a estrutura da AOX mais de 800 cristais tiveram de ser medidos em diversos laboratórios de sincrotrão: ESRF em França, o DLS no Reino Unido, e o SLS na Suíça.

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Publicado a 1.setembro.2015