O maior especialista em egiptologia da atualidade guiou-nos durante hora e meia pelas suas descobertas mais recentes nas pirâmides. “Sou um sortudo. Tenho trabalhado a minha vida toda lá”, afirmou logo no início do evento, que, este sábado, dia 8, encheu o auditório da Reitoria da Universidade NOVA de Lisboa.
Com o título “Descobertas recentes sobre as pirâmides, Tutankhamon e a Cidade Dourada”, a palestra integrou as comemorações do 50.º aniversário das relações diplomáticas entre Portugal e o Egito – e a vinda a Lisboa de Zahi Hawass, que também é Doutor Honoris Causa pela NOVA desde 2011, foi promovida em conjunto pela universidade e pela Embaixada da República Árabe do Egito em Portugal.
Orgulhoso de um percurso inigualável, Hawass destacou várias vezes como as suas descobertas eram “absolutamente incríveis” e que isso era motivo mais do que suficiente para visitar o Egito – revelando ainda que aquele fora o momento escolhido para lançar o Ano do Turismo Egito-Portugal 2025.
“Obrigado por escolherem a NOVA para lançarem esse evento”, agradeceu João Sàágua, reitor da NOVA, na abertura da sessão, lembrando que a universidade tem uma relação muito especial com o Egito: “Além de ser o berço de uma das nossas professoras eméritas – Salwa Castelo Branco – é ali que está sediada, há alguns anos, a NOVA Cairo, o único campus de uma universidade portuguesa no estrangeiro.”
Mas não só – afinal, foi Zahi Hawass quem, na qualidade de Ministro das Antiguidades do Egito, autorizou as primeiras escavações realizadas por investigadores da NOVA no Egito, um marco para a equipa liderada por Maria Helena Trindade Lopes, catedrática de História da Antiguidade Oriental e especialista em Egiptologia.
Wael El-Naggar, Embaixador do Egito em Portugal, agradeceu e retribuiu os elogios: “São marcos significativos nas relações bilaterais entre os dois países, daí termos escolhido este ano como o Ano do Turismo Portugal-Egito”, lançando o apelo que Hawass repetiria mais tarde: “Venham, que é um país seguro.”
Ao mesmo tempo que maravilhava a plateia com os resultados das investigações feitas em locais emblemáticos como o Vale dos Reis, Saqqara e Gizé – explorados com a ajuda de robôs que varrem os túneis encontrados no seu interior – Zahi Hawass fez ainda outras revelações curiosas: “Perguntam-me muitas vezes se não tenho medo de ir lá dentro”, comentou, acrescentando: “E eu percebo a questão. Mas quando desço pelo cabo, não penso em nada além de chegar lá.”
Por fim, além de ter partilhado fotos ao lado de várias celebridades que visitaram os locais da sua investigação – de Barack Obama a Bill Gates, passando por Shakira – Hawass fez questão de sublinhar que todos os artefactos encontrados estão no Grand Museum – nome pelo qual é conhecido o Grande Museu Egípcio, parcialmente já inaugurado, e que alberga a maior coleção arqueológica do mundo. “É para todos verem. Estas descobertas são de todos.”