(Texto do Manuscrito do Arquitecto José Pedro Martins Barata relativo à proposta original)
É uso corrente e antiquíssimo que as Universidades tomem para si um “motto” ou divisa, que consubstancia numa frase curta uma intenção de modo de agir, um incitamento, uma proclamação.
A divisa que a Universidade Nova de Lisboa, nascente, tomou para si, foi enunciada na frase final do discurso de tomada de posse do Reitor: “OMNIS CIVITAS CONTRA SE DIVISA NON STABIT”. É um fragmento evangélico que se encontra com redações ligeiramente diferentes em Marcos, Lucas e João. Traduz-se por “TODA A CIDADE DIVIDIDA CONTRA SI MESMA, NÃO PERMANECERÁ”, – e constitue um veemente apelo à unidade, para lá de toda a diversidade própria da instituição universitária, metafóricamente entendida como “CIVITAS”: cidade do saber, comunidade dos estudiosos, praça a que afluem e difluem os veículos do conhecimento, colectividade cuja função é aumentar e pôr ao serviço do país o capital social representado pela educação.
O emblema, desenhado por Fernando das Neves, tem uma forma estudada para permitir uma identificação visual rápida em qualquer escala, modo de reprodução, material, ou distância de observação.
O design foi deliberadamente encaminhado no sentido de fugir a um carácter demasiadamente publicitário ou “de moda”, que fica rapidamente “daté”.
O grafismo contém, de forma breve e elíptica, uma alusão ao carácter meridional das iniciais, entendidas como um “arabesco”, à própria origem árabe do nome Almada que designa a situação geográfica da nova implantação. A esta alude a figuração do rio ou mar, – e à ultrapassagem da condição geográfica concreta e limitada, alude a figuração da estrêla.