Com a chegada da primavera, o tradicional almanaque Borda D’Água recomenda que se semeiem amores-perfeitos, cravos e crisântemos. Mas aqui, no campus de Campolide, a aposta vai um pouco mais longe: alegramo-nos com o crescimento da madressilva, do alecrim, dos malmequeres e dos orégãos, cuidadosamente escolhidos não só para embelezar o nosso espaço exterior, como para contribuir para a saúde do ecossistema à nossa volta.
Desde há dois anos que esta mão cheia de plantas se tornou imagem de marca do nosso Jardim Polinizador, um espaço concebido para apoiar a biodiversidade e melhorar a qualidade do ecossistema local. “A criação do Jardim Polinizador no Campus de Campolide da Universidade NOVA de Lisboa nasce de uma visão estratégica que alia a sustentabilidade ambiental, a biodiversidade e a educação ambiental”, sustenta o arquiteto David Maranha, da Divisão de Planeamento e Projeto -Direção de Património e Infraestruturas, da Universidade NOVA de Lisboa.
Ou seja, é um espaço criteriosamente planeado para oferecer alimento a insetos ao longo de todo o ano. Para isso, foram inicialmente introduzidas 11 espécies de flora, estando prevista a adição, ao longo do tempo, de mais 9 espécies nativas, arbustivas e com diferentes épocas de floração, garantindo uma cobertura floral constante e diversificada.
Como refere ainda o responsável, “o espaço foi concebido com plantas autóctones e outras espécies atrativas para os polinizadores, garantindo uma flora diversificada que floresce ao longo de todo o ano”. Esta escolha promove também a criação de corredores ecológicos que conectam diferentes áreas verdes urbanas e fortalecem a biodiversidade local.
Mas o impacto do Jardim Polinizador vai além da sua importância ecológica. Ou seja, este espaço verde também beneficia a saúde e o bem-estar humano: são vários os estudos a indicar que o contacto com a natureza e as flores pode ter efeitos calmantes, reduzir o stress e melhorar o humor.
A localização do jardim foi estrategicamente pensada para amplificar essa missão pedagógica. Situado junto a uma das principais entradas do campus, próximo da Reitoria e visível do elevador Norte, é um ponto de passagem frequente para estudantes, docentes e visitantes. “Esta localização foi cuidadosamente selecionada para maximizar o impacto visual e educativo do projeto”, sublinhe-se ainda, sendo o jardim também uma ferramenta de sensibilização para a importância dos polinizadores e para práticas responsáveis em relação ao meio ambiente.
Com este projeto, o campus de Campolide ganhou assim mais do que um espaço verde: ganhou literalmente um verdadeiro oásis de biodiversidade. Um espaço que, além de apoiar a fauna local e contribuir para mitigar os efeitos das ilhas de calor urbano, está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em particular o ODS 15 – Vida Terrestre. Resumindo, este espaço não só proporciona um habitat para a fauna local, como também contribui para a mitigação dos efeitos das ilhas de calor urbano, a purificação do ar e a redução do ruído.
Mais do que um projeto paisagístico, este jardim afirma-se como símbolo do compromisso da Universidade Nova de Lisboa com a inovação, a responsabilidade social e um futuro mais sustentável.
