pixel Conferência Sociedade e Território - Dinâmicas Colaborativas para uma Inovação Sustentada: “Será pela transformação das cidades que se resolverá grande parte das questões contemporâneas”  | Universidade NOVA de Lisboa

Conferência Sociedade e Território - Dinâmicas Colaborativas para uma Inovação Sustentada: “Será pela transformação das cidades que se resolverá grande parte das questões contemporâneas” 

A primeira grande conferência do ano na NOVA foi dedicada à forma como a Universidade pode contribuir para apoiar e encontrar soluções que respondam, de forma sustentável, aos problemas da comunidade em que está inserida. Juntar pessoas que vivam sozinhas a estudantes à procura de quarto, a implementar já no próximo ano letivo, é uma das propostas. Mas não é a única.  

“A Inovação Socio-Territorial é uma área em que a NOVA decidiu apostar de forma determinante. E fê-lo porque, na sociedade portuguesa existe hoje um elevado número de necessidades, de vulnerabilidades e de potencialidades, de âmbito social e territorial, que carecem de um novo tipo de visões, de perspetivas, e de respostas. Aspetos para os quais as universidades podem, e devem, dar um importante contributo”, sublinhou o reitor da NOVA, João Sàágua, no início da conferência “Sociedade e Território: dinâmicas colaborativas para uma inovação sustentada”, a primeira do ano na reitoria da NOVA, no campus de Campolide, que decorreu esta terça-feira, 16. “Precisamos pensar seriamente em novas formas de habitar, conviver e trabalhar”, rematou, assumindo a convicção de que "será pela transformação das cidades que se resolverá grande parte das questões contemporâneas."

João Seixas, Pró-Reitor da NOVA para as áreas da Inovação Socio-territorial assumiu a importância de “desenvolver capacidades propícias ao fomento de projetos com impactos sinergéticos e tendencialmente sistémicos”. Assim, alguns dos destaques do dia incluíram a apresentação de um mapeamento integrado de todas as atividades da NOVA nos campos da inovação social e territorial, bem como projetos inovadores e em formação na área da habitação, da alimentação ou da mobilidade. Havendo ainda muito mais a acontecer. “Dado que a NOVA pretende ser um agente proativo nestas questões, começamos por saber o que toda a comunidade NOVA já faz, para depois se aprofundarem as respetivas capacidades de alavancagem e de colaboração, quer interna como externa”. 

Antes do desfilar desses bons exemplos que já existem nas várias unidades académicas da NOVA, foi ainda tempo de ouvir Joan Subirats, professor da Universidade Autónoma de Barcelona, e antigo ministro das universidades no último governo de Pedro Sanchez, contar a experiência da sua cidade – e da sua universidade.  

“É preciso ter sempre presente que a nossa missão é ensinar, mas também investigar e criar valor na sociedade. Até para que, no limite, todos compreendam a necessidade imperiosa de continuar a financiar as universidades.” Sabendo que “o tempo social e territorial é distinto do tempo universitário”, a aposta, contou Subirats, foi encontrar “campos de cooperação conjuntos” - na área da ciência cidadã e do aconselhamento a políticas públicas, por exemplo – promovendo “a abertura do campus à comunidade”, assumindo-se como “lugar de experimentação”.  

Bons exemplos 

Responsável pela Estrutura de Missão Portugal Inovação Social 2030, Filipe Almeida logo lembrou como fomos pioneiros na Europa – “os primeiros a ter um programa para políticas públicas na área da inovação social, criado em 2014 e tornado obrigatório para todos os estados-membros na Europa desde 2020”. E também como “tudo se consegue com parcerias intersetoriais”. Fazendo dos municípios parceiros estratégicos, trata-se de uma rede que conta já com 694 projetos de inovação aprovados: “é uma pequena revolução silenciosa que se está a operar no país.”  

Os bons exemplos na área da inovação social e territorial já existentes na comunidade NOVA preencheram o resto da tarde. 

 Vanda Soares, adjunta de João Seixas, o Pró-Reitor da Inovação Socio-territorial, ali contou com mais detalhe como será o projeto QA Quartos Acessíveis para Estudantes Universitários, que procura “potenciar recursos existentes, promovendo a sustentabilidade, e assegurar impactos sociais positivos”, refletindo publicamente o caráter cívico e global da NOVA.  

Frederico Oliveira Pinto, da Nova SBE, apresentou o Inclusive Community Forum, um projeto dedicado à vida das pessoas com deficiência; Cecília Delgado, da NOVA FCSH, expôs como se está a promover a “Sensibilização dos Ecossistemas Alimentares nas Autarquias”; André Barriguinha, da NOVA IMS, detalhou a contribuição da “Ciência dos Dados na Inovação Social e Territorial para um futuro sustentável”, um projeto bandeira do NOVA Analytics Lab, que tem acumulado prémios.  

Seguiu-se Ana Rodrigues, da NOVA Medical School, a contar como o projeto  Coorte EpiDoC, tem procurado responder a múltiplas questões de saúde da população portuguesa; depois foi a vez de Louise Hoffmeister, da ENSP NOVA, falar do “Prescrição Social” e da abordagem escolhida para promover comunidades mais saudáveis, coesas e sustentáveis.  

Júlia Seixas, Pró-Reitora que tutela a Sustentabilidade, avançou os primeiros dados do Inquérito à Mobilidade da NOVA, coordenado em parceria com Francisco Ferreira, NOVA FCT, cujo objetivo é “conhecer a universidade em aspetos que desconhecíamos até agora”: ou seja, “conhecer os padrões de mobilidade dos vários campi, com o intuito de perceber e identificar opções diferentes das que existem”.  

A finalizar esta ronda, Renata Ramalho, do ITQB NOVA, contou como está a correr o programa Ciência Aberta a Oeiras, e da estratégia definida até 2025 “para tornar Oeiras capital da Ciência e Tecnologia”.  

Para fechar a conferência, houve ainda tempo para uma mesa-redonda, que juntou Isabel Rocha, Vice-Reitora da NOVA para a Investigação, Inovação e Criação de Valor, Inês Sequeira, Diretora da Casa do Impacto, Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e Isabel Gião de Andrade, Sócia Coordenadora da Área de Prática de Economia Social & Direitos Humanos, Vieira de Almeida Associados, para concluir que “a universidade não pode ser só o local de partilha de conhecimento – tem de ir mais além, para que no fim haja seja uma resposta de mais-valia para todos.”