pixel Dois projetos da NOVA distinguidos pela Fundação “la Caixa” com financiamentos na ordem de 1 milhão de euros | Universidade NOVA de Lisboa

Dois projetos da NOVA distinguidos pela Fundação “la Caixa” com financiamentos na ordem de 1 milhão de euros

O concurso reconhece projetos biomédicos e de saúde promissores.

Dois projetos desenvolvidos por investigadores da Universidade NOVA de Lisboa foram distinguidos pelo Concurso CaixaResearch de Investigação em Saúde 2022, promovido pela Fundação “la Caixa”.

Trata-se do projeto “Um novo tratamento para prevenir a degenerescência macular associada à idade”, liderado por Miguel Seabra, da NOVA Medical School (NMS), e do projeto “Uma plataforma para desenvolver e produzir rapidamente novos biofármacos para lutar contra vírus emergentes”, cujo investigador principal é Cláudio Soares, do ITQB NOVA.

Reconhecidos pela sua excelência e pelo impacto positivo que possam vir a ter na saúde dos cidadãos, aos projetos da NMS e do ITQB NOVA serão atribuídos financiamentos no valor de cerca de 985 mil euros e de um milhão de euros, respetivamente.

O Concurso, que também conta com a parceria da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), atribuiu um total de 23,1 milhões de euros a 33 projetos biomédicos e de saúde promissores – 20 espanhóis e 13 portugueses –, que serão desenvolvidos ao longo dos próximos três anos.

Sobre os projetos

“Um novo tratamento para prevenir a degenerescência macular associada à idade” (NMS)

A degenerescência macular associada à idade (DMAI) é uma doença degenerativa da retina que provoca uma degradação progressiva da visão central. Constitui a principal causa de cegueira irreversível nos países desenvolvidos e, atualmente, é incurável. A doença é consequência da morte de um determinado tipo de células (fotorrecetores) da mácula, a zona da retina responsável pela visão de alta resolução.

Em estudos anteriores, os investigadores obtiveram novas e sólidas provas de que a proteína NRF2 desempenha um papel crucial na proteção da mácula, uma vez que evita a morte dessas células durante a DMAI. Por conseguinte, neste projeto estudar-se-á o papel protetor que a NRF2 pode desempenhar na DMAI antes de esta se tornar irreversível e causar danos permanentes. Os estudos de laboratório terão por objetivo selecionar a melhor molécula que ative a proteína NRF2 e proteja a retina. Simultaneamente, estes estudos serão complementados por um estudo clínico observacional em doentes aos quais se administrará um fármaco ativador da NRF2 que já tenha uso clínico.

Os resultados desse estudo poderão facilitar o desenvolvimento de um tratamento preventivo da DMAI, muito aguardado, bem como de outras patologias crónicas associadas à idade.

"Uma plataforma para desenvolver e produzir rapidamente novos biofármacos para lutar contra vírus emergentes" (ITQB NOVA)

O surgimento de doenças virais, como a gripe e a COVID-19, representa uma ameaça para a saúde mundial e a estabilidade socioeconómica. Torna-se assim vital responder rápida e eficazmente às ameaças e surtos virais com soluções terapêuticas direcionadas. Os biofármacos podem desempenhar um papel crucial, precisamente devido ao seu elevado potencial de especificidade. Não obstante, o uso de biofármacos requer estratégias de desenvolvimento e produção rápidas.

Para resolver este problema, os investigadores pretendem criar uma plataforma integrada capaz de conceber novas moléculas potencialmente ativas contra uma determinada ameaça e validá-las in vitro. A plataforma, conhecida como BioPlaTTAR, acelerará o desenvolvimento de biofármacos para agentes patogénicos específicos em situações de emergência. Inicialmente, os investigadores centrar-se-ão nos vírus da gripe e da COVID-19.

Esses resultados podem facilitar o desenvolvimento de novos tratamentos, utilizados como alternativa ou em combinação com moléculas pequenas e vacinas. No futuro, esta plataforma poderá adaptar-se a novos surtos virais. Será uma forma de promover a competitividade e a autossuficiência da Europa no domínio do desenvolvimento de biofármacos.