João Abiul Menano é CFO e Cofundador da CrowdProcess e alumni de Mestrado na Universidade NOVA de Lisboa.
Crowdprocess
A Crowdprocess é uma empresa que trabalha na área de computação científica.é uma plataforma páblica que oferecemos aos researchers nas universidades, com uma condição: para usarem esta plataforma de computação distribuída têm que fazer com que os algoritmos que eles usam passem a ser open source. Isso dá-nos primeiro acesso a algoritmos avançados que nós depois modificamos de maneira a ser complient com os standards da indástria. Vendemos isto sobretudo para a indástria financeira, para prever defaults de lowns, ou seja, para prever se um crédito é bom ou mau, se o crédito vai ou não entrar em default.
1- O que fez despoletar a vontade de criar um novo negócio? Como é que a ideia surgiu e porquê Financial Technology?
João Abiul Menano: A ideia surgiu de um dos sócios e eu e o Pedro juntámo-nos para tornar esse projeto num negócio. Tivemos sorte em ter gente muito boa a apoiar-nos desde o início. O foco em tecnologia aplicada às finanças – fin tech – veio muito recentemente, há cerca de 9 meses. Andámos a ver onde é que esta tecnologia podia encaixar e há cerca de um ano criámos uma matriz grande de indástrias e analisámos as vantagens de umas e de outras. Decidimos que a indástria financeira era por onde íamos começar e é aí que estamos. O porquê do meu gosto por fin-tech é talvez um pouco pela cultura que tinha em casa, dos livros que li, das minhas ambições…ou seja, é um pouco de tudo, não é algo que simplesmente nasce connosco, é uma conjugação de vários fatores.
2- Qual a importância da equipa na criação de um novo negócio?
JAM: Toda!
3- Qual a melhor e a pior parte de ser empreendedor?
JAM: A pior parte é fácil. Rácio ordenado/responsabilidade é ridiculamente baixo. A parte mais positiva é que, comparando com muitos dos meus colegas que trabalham em grandes empresas, eu sou, talvez, dos poucos que acorda feliz por ir trabalhar. é preciso ter um perfil em que lidas bem com os picos, com euforias, em que está tudo a correr muito bem, e com crises em que está tudo a arder e não sabes o que fazer. Mas eu, com o meu perfil encaixando-se neste dia-a-dia, sou dos ánicos que vou trabalhar feliz e que fico contente por ficar a trabalhar em casa aos fins-de-semana. O mais importante é que fui eu que escolhi aquilo que queria fazer e acredito puramente nisso, tenho gosto e mais entusiasmo pelo que estou a fazer. Claro que também tenho que fazer as coisas chatas que se tem que fazer em todos os negócios, como pagar contas, e isso não é fixe. Mas depois há outra parte do trabalho que se eu tivesse que pagar para fazer este trabalho, eu pagava para o fazer.
4- Acha que o background académico é importante para se tornar um bom empreendedor?
JAM: Nenhum dos meus dois sócios de formou, não acabaram a licenciatura. Eu sou o ánico que tem um diploma. Isso faz diferença na nossa equipa? Eu acho que o que faz diferença é o acumular de experiências que tu tens até criares o teu próprio negócio. Se isso é um diploma, ou passar por uma instituição credível ou se é experiência de ter tentado já desenvolver alguns negócios antes ou se é experiência de ficar longas horas a ler livros que ninguém lê, aprender sobre tecnologias que ninguém tem muito interesse em aprender, não sei. O que é necessário é o acumular de experiências, sendo que a faculdade é uma delas. Ajuda sem dávida nenhuma. A faculdade serve também para criares uma credibilidade maior e uma rede de contactos importante. Nós tivemos alguns professores a dar-nos algum mentoring, ajudaram-nos a “afinar a agulha” e para isso falámos com a FCT, SBE, etc. e isso foi possível porque existia já uma ligação.
5- Que conselho daria a alguém que se quer tornar empreendedor?
JAM: O melhor conselho que eu poderia dar era para arranjarem um estágio numa startup.
6- Que impacto teve para vocês estarem incubados na StartUp Lisboa?
JAM: Tem sido muito bom porque, estando várias startups concentradas no mesmo espaço, acabamos por “tropeçar” uns nos outros e trocamos ideias, mesmo que não trabalhemos exatamente nas mesmas áreas. Acabamos por crescer uns com os outros. Para além disso, é importante também ter uma marca como a StartUp Lisboa por trás, no ínicio, para nos dar mais credibilidade. Mais ainda, oferece-nos um custo de estrutura mais baixo, o que é muito importante para nos manter-mos lean.
7- Qual foi a importância para a CrowdProcess da participação nos programas do Gabinete de Empreendedorismo da NOVA?
JAM: Nós participámos no NOVA ideia competition do Gabinete de Empreendedorismo. O dinheiro que nós ganhámos foi pocket money que deu muito jeito porque é dinheiro no strings attached, ou seja, podemos gastar no que quisermos. Usámos esse dinheiro durante três ou quatro meses enquanto estivemos a viajar por Londres, a conhecer os nossos possíveis investidores e isso deu-nos muita flexibilidade, especialmente porque estávamos ainda no início.
Como tem sido a experiência nos EUA?
JAM: Sem dávida muito construtiva. é um mindset diferente mas, como em tudo, tem coisas más e coisas boas. Os nossos clientes estão todos concentrados, vão todos aos mesmos eventos, logo as coisas acontecem mais rapidamente, é mais rápido receber um sim ou não. Para além disso, uma startup que começa a ter atração lá fora é sempre mais bem vista cá dentro, no nosso país. O problema é que desproporcionalmente mais caro viver e ter escritórios em Nova Iorque. é um custo que vale a pena ponderar.