Descoberta de investigadores do ITQB NOVA e da FCT NOVA pode ser a chave para resolver um dos maiores desafios à sustentabilidade do planeta.
Uma equipa de cientistas do Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier (ITQB NOVA) e da unidade de investigação UCIBIO da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT NOVA) descobriram uma proteína inovadora com capacidade de reduzir o dióxido de carbono da atmosfera.
Os investigadores Inês Cardoso Pereira e Rita Oliveira (ITQB NOVA) e Maria João Romão e Cristiano Mota (UCIBIO – FCT NOVA) publicaram um estudo na revista científica ACS Catalysis que indica novos caminhos para resolver um dos maiores desafios atuais para a sustentabilidade do planeta: a neutralidade carbónica.
Com o dióxido de carbono na atmosfera da Terra no nível mais elevado da história da humanidade, vários países a nível mundial estão comprometidos em alcançar a neutralidade de carbono até 2050. Para alcançar esse objetivo, a emissão global de gases de efeito estufa deve ser equilibrada com a captura de dióxido de carbono. O solo, as florestas e os oceanos são os principais agentes naturais de retenção de carbono, mas não são suficientes para alcançar a neutralidade do carbono. Desta forma, é crucial encontrar novos catalisadores que permitam a redução de CO2 em quantidades significativas.

À direita, os investigadores da UCIBIO Maria João Romão e Cristiano Mota
Neste estudo os investigadores concentraram-se em estratégias bioquímicas que a natureza desenvolveu para converter o dióxido de carbono, tendo em vista o desenvolvimento de catalisadores mais eficientes e sustentáveis. Os investigadores foram à procura de uma bactéria comum em solos e ambientes marinhos e no intestino humano, a Desulfovibrio vulgaris. Este tipo de bactéria emprega enzimas que transformam o dióxido de carbono num combustível químico equivalente ao hidrogénio a que se chama formato. A bactéria estudada pela equipa da NOVA é especialmente ativa nesta função de redução de dióxido de carbono e invulgarmente estável mesmo na presença de oxigénio. «Essas características tornam essa enzima um modelo ideal para o estudo desse mecanismo e para o desenvolvimento de catalisadores sintéticos similares», explicou a investigadora da UCIBIO Maria João Romão.
Inês Cardoso Pereira, do ITQB NOVA, acrescenta: «Perceber o funcionamento deste processo biológico com milhões de anos de evolução pode dar-nos a chave para o desenvolvimento de novas tecnologias que permitam a redução dos níveis atmosféricos de dióxido de carbono».
O próximo passo será modificar a enzima estudada para a melhorar e poder introduzir no mercado.
Fonte: ITQB NOVA e UCIBIO – FCT NOVA
Notícias
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RTP Online – Investigadores da Nova identificam proteína que reduz Co2 na atmofera
TVI24 – Há uma nova esperança para reduzir o CO2 na atmosfera?
Sábado – Investigadores da Nova identificam proteína que reduz Co2 na atmofera