A 1ª edição do concurso Ignition Grants para Investigação Interdisciplinar na NOVA, apoiado pela Fundação Santander Portugal, selecionou 3 projetos científicos vencedores, cada um deles financiado em 30.000€.
As Ignition Grants substituem o anterior Prémio de Investigação Colaborativa Santander-NOVA e introduzem duas grandes novidades: a abertura do concurso a todas as áreas de conhecimento e um aumento significativo do valor financiado por proposta. A iniciativa visa impulsionar novas ideias científicas colaborativas e interdisciplinares, orientadas para a resolução de desafios complexos, tanto científicos como sociais.
Um dos projetos premiados é o NOVACryoSkin, que propõe um novo paradigma na criopreservação de materiais biológicos, recorrendo à utilização de agentes crioprotetores baseados em compostos naturais para a conservação de epiderme humana reconstruída. Atualmente, a preservação de material biológico a longo prazo exige temperaturas extremamente baixas, em combinação com agentes crioprotetores altamente tóxicos.
Neste projeto, o investigador principal Filipe Oliveira, da NOVA FCT, junta-se ao Professor Duarte Barral, da NMS, a Ana Rita Duarte (NOVA FCT), Luís Cabaço e Marta Cerejo (NMS), para combinar duas tecnologias emergentes e de grande sucesso na NOVA – Sistemas Eutécticos e NOVA Skin®, respetivamente. Esta abordagem inovadora poderá permitir não só a utilização de crioprotetores com menor toxicidade, como também a conservação de material biológico a temperaturas mais moderadas. Esta abordagem prevê uma redução significativa da pegada ecológica e da complexidade tecnológica associada aos processos de criopreservação, que poderá representar um progresso significativo na medicina regenerativa.
Outro projeto vencedor é o Toy Story, com Isabel Tissot (NOVA FCT) como investigadora principal, que propõe investigar brinquedos de folha-de-flandres produzidos em Portugal entre 1920 e 1960, analisando-os como artefactos culturais e materiais. Estes brinquedos refletem dinâmicas industriais, tecnológicas e sociais da época, incluindo papéis de género e métodos educativos. Apesar da relevância da indústria portuguesa — marcada pela reutilização criativa de materiais e adaptação de técnicas internacionais — a sua história é pouco explorada. Este projeto interdisciplinar conta com a participação de Maria Fernanda Rollo (NOVA FCSH), como co-investigadora principal, bem como Marta Manso, Paula Urze e Tiago Silva (NOVA FCT), cruzando conservação, história, sociologia, física e engenharia em quatro eixos: preservação, contexto industrial, impacto sociocultural e inovação sustentável. Ao articular materiais, fabrico, estética e contexto social, Toy Story promete revelar o potencial dos brinquedos para inspirar práticas sustentáveis, fomentar a criatividade e valorizar a cultura material.
Também selecionado para este financiamento foi o projeto INSUBIO, liderado pelo investigador principal Tomás Pinheiro, da NOVA FCT através do laboratório associado CENIMAT|i3N, e a co-investigadora principal Tatiana Burrinha, da NOVA Medical School, e que conta ainda com Elvira Fortunato (NOVA FCT) e Paula Macedo (NMS). A sua proposta baseia-se no desenvolvimento de um biossensor de insulina inovador, destinado a complementar os métodos atuais de controlo glicémico utilizados na monitorização da Diabetes, promovendo uma abordagem mais personalizada e eficaz ao tratamento desta doença.
O projeto distingue-se pelo baixo impacto ambiental, aliando inovação tecnológica à responsabilidade ecológica. Procura ainda democratizar o acesso à saúde, desenvolvendo soluções mais acessíveis e fiáveis na monitorização da Diabetes. O INSUBIO exemplifica a colaboração estratégica entre dois centros de investigação de excelência, unindo engenharia, ciência dos materiais e biomedicina para responder a desafios com impacto na qualidade de vida.
Com esta iniciativa, a NOVA e a Fundação Santander Portugal reforçam o seu compromisso com a promoção de ciência colaborativa e interdisciplinar, criando condições para que novas ideias floresçam e contribuam, de forma concreta, para o progresso científico e societal.