Investigador do ITQB NOVA recebe 500 mil euros para desenvolver microscópios inteligentes com IA

25 de Novembro, 2025

Ricardo Henriques, Investigador Principal do ITQB NOVA – Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier da Universidade Nova de Lisboa, vai receber 500 mil euros para transformar a forma como são adquiridas imagens de células vivas, recorrendo à inteligência artificial. O financiamento foi atribuído pelo Concurso CaixaResearch de Investigação em Saúde 2025, que tem como objetivo contribuir para a luta contra doenças virais em todo o mundo.

O projeto, denominado “VirusAwareScopes: Machine Learning-Driven Adaptive Microscopy for Long-Term Viral Infection Studies”, pretende criar microscópios capazes de ajustar as suas configurações de forma inteligente e em tempo real, permitindo observar processos de infeção viral durante dias, sem comprometer a viabilidade das células nem a qualidade da imagem. “A ideia é que os microscópios ajustem as suas configurações de forma inteligente e em tempo real, como a maioria das câmaras dos nossos telemóveis já faz, mas de forma mais sofisticada”, explica Ricardo Henriques.

Atualmente, a luz intensa usada pelos microscópios de alta resolução danifica as células vivas, limitando o tempo de observação. Com esta nova tecnologia, será possível estudar com maior detalhe como os vírus interagem com as células, abrindo caminho para novas estratégias antivirais. Numa primeira fase, os investigadores vão aplicar esta abordagem ao vírus da imunodeficiência humana (VIH), cuja infeção continua a levantar muitas questões e poderá afetar milhões de pessoas nos próximos anos.

“Queremos que esta tecnologia seja passível de implementar em qualquer laboratório, contribuindo para a democratização da ciência, o desenvolvimento de novas estratégias antivirais e a melhoria da saúde pública a nível mundial”, acrescenta o investigador.

O Concurso CaixaResearch de Investigação em Saúde, promovido pela Fundação “la Caixa” e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, atribuiu este ano 26,6 milhões de euros a 34 projetos de investigação em biomedicina e saúde, selecionados entre 714 propostas.