Conferência do projeto SPEAR: O caso da NOVA como universidade que trabalha para a igualdade 

16 de Fevereiro, 2023

Na última conferência, a nível nacional, do projeto europeu SPEAR, do qual a universidade faz parte, o momento alto foi protagonizado pelo Reitor da NOVA, João Sàágua, ao anunciar a criação de um gabinete para a igualdade na universidade. “É preciso estarmos todos cientes que o compromisso assumido é uma responsabilidade coletiva, cujo sucesso depende das ações de cada elemento da comunidade da NOVA”, destacou ainda Isabel L. Nunes, a Vice-Reitora que coordena esta área.    

Se as universidades têm um “papel fundamental” na criação de uma sociedade “mais justa”, se são “espaços privilegiados” para instituir exemplos de políticas e boas-práticas, então, “podem e devem” ser promotoras da igualdade de género – tanto no ensino como na investigação e na inovação, “absolutamente fundamentais” para mudar o mundo. Se a missão da NOVA é “servir a sociedade através do conhecimento” então é fundamental que seja “agente da mudança”, produzindo alterações institucionais. “Da igualdade de oportunidades” à “conciliação da vida pessoal e profissional”.  

Estas foram as palavras proferidas pelo Reitor da NOVA, João Sàágua, na abertura da conferência “Universidades como agentes de mudança para a igualdade de género”, que decorreu esta quarta-feira, dia 15, no auditório da reitoria da NOVA, em Lisboa, no âmbito do projeto SPEAR – Supporting and Implementing Plans for Gender Equality in Academia and Research”. 

Depois de ter também destacado uma “grande satisfação” por a Universidade NOVA de Lisboa voltar a ser palco de discussão “dos aspetos fundamentais na implementação de planos de igualdade de género nas instituições do Ensino Superior” e de lembrar que a NOVA aprovara já, em 2021, o seu Plano de Igualdade de Género, seguiu-se o anúncio de que está “também em fase de preparação, aqui na Reitoria, aquele que virá a ser o Gabinete de Igualdade de Género e Inclusão”, um dos objetivos previstos no referido Plano.  

Será, como adiantou ainda o Reitor da NOVA, um gabinete que funcionará “em articulação com as nossas Unidades Orgânicas” e terá como responsabilidades, entre outras, “a monitorização do desempenho da NOVA em termos de igualdade de género, em várias áreas; a promoção de iniciativas de formação e consciencialização dirigidas à Comunidade NOVA; e a recomendação de boas práticas aos órgãos de gestão.” 

O evento contou ainda com a presença da Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, que congratulou de imediato a NOVA pelo anúncio, destacando ser este também “o compromisso de uma universidade”, que procura “promover uma sociedade mais justa e igualitária”; e também de Sandra Ribeiro, presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, que assinalou ser este “um objetivo em que a CIG se revê” na construção de “um Portugal mais justo”.   

O encontro ficou igualmente marcado pela partilha de experiências sobre o tema em diversas instituições de ensino superior do país, numa mesa-redonda que contou com a participação das Professoras Anália Torres e Lucinda Fonseca (Universidade de Lisboa), Mónica Lopes (Universidade de Coimbra), Sandra Soares (Universidade da Beira Interior) e Teresa Carvalho (Universidade de Aveiro).  

Houve ainda tempo para: 

  • ouvir a perspetiva dos estudantes, pela voz de Raquel Lopes, da NOVA Pride Association (“é uma luta por direitos básicos e pela eliminação da discriminação”);  

  • saber das boas práticas na NOVA FCSH, (onde, segundo sublinhou a subdiretora Ana Santos Pinto, acompanhada de Olga Cunha, coordenadora do Serviços de Psicologia, Inclusão e Igualdade, “há a forte convicção de que isto não pode ser uma narrativa, antes uma modalidade que é preciso praticar todos os dias”),  

  • e conhecer a experiência da NOVA ao nível da aliança de universidades EUTOPIA – com Frederico Cavazzini, assessor do Reitor, a relembrar que a mesma assinou, em novembro passado, um Manifesto para a Inclusão, no qual se comprometeu a desenvolver 5 práticas fundamentais para alterar o panorama atual (1. Cocriar as estruturas, as práticas e a cultura institucional da Aliança com toda a sua Comunidade, Académica e Não Académica; 2. Desenvolver políticas e práticas que permitam formar a sua comunidade para a promoção da inclusão, do respeito e da dignidade; 3. Criar ambientes inclusivos de aprendizagem, trabalho e investigação; 4. Identificar e superar as barreiras à inclusão em termos de acesso, participação e representação; 5. Desenvolver mecanismos de governação que permitam monitorizar e reportar a implementação destas práticas.”)  

Se, como sublinhou ainda Frederico Cavazzini, “a mudança leva tempo, mas é um caminho que se faz mais rápido se o fizermos em coletivo”, então, no ano em que a NOVA celebra o seu 50º aniversário “é particularmente simbólico que este tema ganhe uma dimensão estratégica e um carácter urgente para a Universidade”, disse.  

A encerrar a sessão, a vice-Reitora Isabel L. Nunes, a vice-reitora da NOVA que tutela esta área sumarizou:  1. Alcançar a Igualdade de Género e a Inclusão continua a constituir um desafio, que requer a consciencialização e a mobilização de toda a sociedade;  

2. Para enfrentar tal desafio, é preciso continuar a pugnar por uma efetiva igualdade de oportunidades e de tratamento, eliminar qualquer forma de discriminação em função do género e criar as condições que permitam conciliar a vida pessoal e profissional, para o sucesso e bem-estar de todos; e  

3. Finalmente, que as Universidades ocupam uma posição privilegiada para contribuir para a prossecução deste desafio”.  

Mas não só. Assinalando o compromisso da NOVA, desde a sua fundação, em 1973, na construção de sociedades mais justas e mais prósperas, Isabel L. Nunes lembrou ainda que “é preciso estarmos todos cientes que o compromisso assumido é uma responsabilidade coletiva, cujo sucesso depende das ações de cada elemento da comunidade da NOVA.” Ou como tão bem lembrou: “o projeto está no fim, mas o nosso trabalho não”. 

Foi em 2019 que a NOVA integrou o consórcio europeu SPEAR, financiado pelo Programa Quadro da UE Horizonte 2020, subordinado ao tema “igualdade de género”. Coordenado pela Universidade do Sul da Dinamarca em conjunto com oito universidades europeias, o SPEAR procurou desenvolver alterações institucionais, com vista a aumentar a participação das mulheres na Investigação e Inovação, e também a melhorar as suas perspectivas de carreira. 

Veja ainda como foi a conferência final do projeto na Dinamarca.