EUTOPIA DOCTORAL SUMMER SCHOOL: uma escola de verão com os olhos no futuro

Eutopia summer school

27 de Julho, 2024

30 estudantes de doutoramento da NOVA e de várias universidades parceiras da aliança EUTOPIA passaram 5 dias no Convento da Arrábida à procura de soluções interdisciplinares para a questão da longevidade. A equipa vencedora já tem participação garantida numa atividade da Aliança EUTOPIA.


“Venho dar-vos as boas-vindas ao paraíso”. A receção da edição de 2024 da EUTOPIA Doctoral Summer School, que decorreu de 18 a 22 de julho, a cargo de João Amaro de Matos, o vice-reitor da Universidade NOVA de Lisboa que tutela as áreas do Ensino e Desenvolvimento Internacional, não podia ter começado de forma mais certeira: instalados no Convento da Arrábida durante 5 dias, ali estão 30 estudantes de doutoramento da NOVA e de várias universidades parceiras da aliança EUTOPIA prontos a trabalhar em grupo para propor soluções para uma das questões mais prementes da atualidade.

Com a orientação de Paula Macedo, da NOVA Medical School, Bernardo Toninho, da NOVA FCT, e Iva Pires, da NOVA FCSH, foram desafiados a desenhar um projeto que dê resposta a um problema e que envolva as competências de cada elemento do grupo.

“Não queremos falar de envelhecimento, queremos falar de longevidade e das necessidades crescentes que permitam fazer a transição de uma sociedade com um ciclo de vida mais curto para outra que tem já um ciclo de vida mais longo”, salienta Iva Pires, sob o olhar concordante de Karen François, professora da Vrije Universiteit Brussel (VUB) – universidade parceira da NOVA na EUTOPIA – e que é da área de…Filosofia. “É que há uma alteração profunda na sociedade que exige uma mudança de paradigma”.

Seguiu-se uma mão cheia de dias em que aquele pequeno “melting pot” – no caso, um grupo em que mais de metade das pessoas não são portuguesas – deixou a vida lá fora para mergulhar nos desafios que se apresentam ao tema escolhido, partilhando e trabalhando conhecimento em conjunto para, no fim, serem facilitadores de uma solução mais abrangente. “Queremos que aprendam a pensar também fora da sua área de especialização”, resumiu Paula Macedo, depois de justificar: “Hoje se perguntarmos qual a mais-valia de contratar um doutorado a resposta está, inequivocamente, no facto de ser alguém que sabe resolver problemas!”

De volta à Reitoria da NOVA, no campus de Campolide, depois daqueles cinco dias de trabalho imersivo, todos confirmam que foi uma escola de verão muito especial: “Uma experiência incrível, um programa que conseguiu um bom equilibrio entre o tempo de trabalho e o tempo livre”, avança Iuliana Mihaela Badica, 24 anos, doutoranda em ciências da Universidade de Gotemburgo, uma das parceiras da NOVA na EUTOPIA, a aliança de universidades europeias de que fazemos parte, sobre esta sua primeira visita a Portugal. “Foi extraordinário não só pelo local, mas porque nos permitiu aprender imenso pela partilha com pessoas de áreas tão distintas”, acrescenta Muhammad Sadiq, estudante de doutoramento em Direito na Vrije Universiteit Brussel (VUB), outra das universidades parceiras na EUTOPIA. Oiça-se ainda Massoma Barbari, 41 anos, que veio há 3 anos para a NOVA FCT, depois de conseguir sair do Afeganistão: “a multidisciplinariedade fez toda a diferença!” – algo sinalizado também por Zabya Abo  Aljadayel, 32 anos, estudante que veio da Síria em 2015 para se especializar em arqueologia na NOVA FCSH: quando chegou só sabia dizer olá, agora até canta fado e, claro, deliciou todos com a sua versão de “Cheira bem, cheira a Lisboa”, popularizada por Amália.

Pouco depois fazia-se silêncio para saber qual o projeto vencedor – e depois de saber, a equipa vencedora explodia de alegria: “quando nos juntámos, não fazíamos ideia do que propor, mas depois a serendipidade aconteceu”, contam, bem-dispostos, Bahram Salamat Ravandi, a doutorar-se em Ciências da Computação na Universidade de Gotemburgo, Maria João Parreira, a especializar-se em Ecologia Humana na NOVA FCSH, Pedro Pena, do doutoramento em Saúde Pública na Escola Nacional de Saúde Pública da NOVA, e ainda Adriana Alves, de Engenharia Industrial na NOVA FCT e Ana Caulino Rocha, da NOVA Medical School, sobre o facto de terem conseguido apresentar uma ideia vencedora partindo de especializações tão diferentes.

O projeto que desenvolveram, e que já lhes garantiu a participação numa próxima atividade da Aliança EUTOPIA, em Paris, é uma aplicação desenvolvida com inteligência artificial para mulheres grávidas com vários objetivos: visa não só melhorar a saúde da mulher durante a gravidez, mas também avaliar como os bons hábitos de saúde nessa fase podem ter efeitos benéficos no pós-parto e na infância do bebé. “…e até ver se, seguindo as melhores práticas, estas crianças podem ter uma melhor longevidade”, rematam, garantindo que “há muitas apps, mas não como a nossa, porque é preventiva e quer ter um impacto positivo na vida das pessoas a longo prazo”.

Agora sabem que, em breve, terão sempre Paris – e ainda, claro, que para o ano há mais.