pixel 30 de abril de 1974: o dia em que a Universidade NOVA de Lisboa felicitou a Junta de Salvação Nacional pelas “linhas gerais do serviço que se propunha prestar ao país”  | Universidade NOVA de Lisboa

30 de abril de 1974: o dia em que a Universidade NOVA de Lisboa felicitou a Junta de Salvação Nacional pelas “linhas gerais do serviço que se propunha prestar ao país” 

Cinco dias depois do 25 de Abril de 1974, a Comissão Instaladora da Universidade NOVA de Lisboa, aprovou o envio de um telegrama à Junta de Salvação Nacional (J.S.N.) a congratulá-la por encontrar no programa adotado por aquele órgão de governo provisório “as linhas gerais do serviço que se propunha prestar ao país.” Assinala ainda que a NOVA “vê assim abertas as mais largas perspetivas para a sua ação e manifesta à J.S.N. a sua adesão aos princípios que enuncia e defende.” 

Assinado por Professor Doutor Gonçalves Ferreira, Doutora Maria de Lourdes Belchior, Eng. Delgado Domingos, Doutor Alfredo de Sousa e Dr. Silveira Botelho, ali se declara que: “A Universidade NOVA de Lisboa, ainda em fase de estruturação e instalação, procura desde a primeira hora orientar-se por objetivos educativos e científicos próprios de uma verdadeira sociedade democrática que se deseja construir no País”. 

O documento pertence ao arquivo da Universidade NOVA de Lisboa e assinala a posição da universidade num dia cheio de emoções fortes – cinco dias e cinco noites depois daquela madrugada por que tanto esperámos, esse dia inteiro, inicial e limpo que foi o 25 de Abril de 1974, aquela véspera do 1º de Maio, Dia do Trabalhador, decretado, entretanto, feriado nacional, ficaria marcada, sobretudo, pela chegada dos exilados a Lisboa: no mesmo avião da Air France, voltam o secretário-geral do Partido Comunista Português, Álvaro Cunhal, os músicos José Mário Branco e Luís Cília, e ainda o futuro arqueólogo Cláudio Torres.  

Além disso, como se lia na edição de 30 de abril desse ano do Diário de Lisboa, que apregoava na manchete um país “a caminho da democracia”, já começavam a tornar-se públicos os apoios à J.S.N. dos mais diversos representantes da sociedade portuguesa – da Sociedade Portuguesa de Autores até à centena e meia de cientistas do Instituto Gulbenkian de Ciências, passando pela imensa massa estudantil, que anuncia a sua “adesão inequívoca ao Movimento”.