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NOVA coordena projeto europeu para inovar a produção de biofármacos

NOVA coordena projeto europeu para inovar a produção de biofármacos

O projeto europeu PURE recebeu um financiamento de aproximadamente 3 milhões de euros para desenvolver novos métodos sustentáveis de produção de biofármacos, incluindo medicamentos de origem biológica, como anticorpos e partículas virais, utilizados respectivamente no tratamento de cancro e vacinação. O projeto é coordenado por Cecília Roque, Investigadora Principal do Laboratório de Engenharia Biomolecular da Unidade de Ciências Biomoleculares Aplicadas (UCIBIO) e professora na FCT NOVA.

O consórcio do projeto europeu PURE conta ainda com a participação de outras três instituições: Universidade de Recursos Naturais e Ciências da Vida de Viena – BOKU (Áustria), Universidade de Bayreuth (Alemanha) e Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica – iBET (Portugal). O PURE teve início em outubro de 2019 e, durante os próximos quatro anos, esta equipa internacional e multidisciplinar propõe-se a redesenhar a forma como os biofármacos são produzidos. Estes, apesar de cruciais na prevenção, diagnóstico e tratamento de diversas doenças, não estão facilmente acessíveis a quem precisa, devido ao elevado custo ou aos baixos rendimentos da sua produção.

“Somos pioneiros no desenvolvimento de novos materiais e processos para a purificação de biofármacos de forma mais eficiente, sustentável e a baixo custo”, refere Cecília Roque. De facto, “o processo de purificação dos biofármacos é responsável por cerca de 80% do seu custo total de produção”, sublinha Cristina Peixoto, responsável do Laboratório de Desenvolvimento de Processos de Purificação do iBET, e “conceitos inovadores na purificação de partículas virais e outros biofármacos são uma necessidade atual, especialmente considerando a presente pandemia da COVID-19”, comenta Alois Jungbauer, Diretor do Instituto de Ciência e Engenharia de Bioprocessos na Universidade BOKU, Áustria.

A produção escalável de novos materiais de origem biológica, como nanofibras, para a captura eficiente de produtos biológicos, é de momento uma limitação no desempenho em aplicações médicas e técnicas. O projeto PURE altera a forma como pensamos os materiais de base biológica. “Sistemas membranares biogénicos e mecanicamente robustos são ideais para processos de filtração de ar e água. Com o poder da engenharia genética, também é possível desenvolver materiais inovadores para a purificação seletiva de produtos biológicos. Estamos entusiasmados para contribuir para este projeto fascinante”, diz Thomas Scheibel, Presidente do Departamento de Biomateriais da Universidade de Bayreuth.

A coordenadora do projeto, Cecília Roque, garante que “somente uma mudança radical nas tecnologias de purificação pode reduzir o impacto ambiental da indústria biofarmacêutica”. Estes novos processos de purificação mais rápidos e eficientes têm o potencial para tornar os biofármacos – tradicionalmente mais caros e apenas disponíveis a populações privilegiadas - economicamente acessíveis a populações menos favorecidas. Alois Jungbauer acrescenta que “os materiais e processos desenvolvidos cumprem os requisitos de uma economia de base biológica – bioeconomia - porque estes são completamente degradáveis e combinam a proteção ambiental com melhorias na economia”.

O projeto foi um dos vencedores no concurso FET Open (Future and Emerging Technologies), um programa no âmbito do Programa - Quadro Comunitário de Investigação & Inovação Horizonte 2020 que pretende promover a investigação e a tecnologia para além do que é conhecido, aceite ou amplamente reconhecido, e incentivar novas ideias que conduzam à descoberta de novas tecnologias.

Fonte: FCT NOVA


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