pixel Lançamento oficial do NIMSB – NOVA Institute for Medical Systems Biology: em nome de uma visão holística da saúde  | Universidade NOVA de Lisboa

Lançamento oficial do NIMSB – NOVA Institute for Medical Systems Biology: em nome de uma visão holística da saúde 

Encontro na reitoria da NOVA juntou responsáveis do projeto a desenvolver em conjunto com o Max Delbrüch Center, de Berlim, e que procurará antecipar o mais possível o diagnóstico das doenças e, perante isso, apresentar um tratamento mais personalizado  

“A investigação proposta quer contribuir para o diagnóstico precoce de doenças e propor abordagens inovadoras no tratamento. Ou seja, apostar no tratamento personalizado, em vez da habitual terapêutica generalizada para servir todos”, salientou o Reitor da Universidade NOVA de Lisboa, João Sàágua, sublinhando ainda que, a ser alcançado, “será um feito de grande impacto na sociedade”.  

Foram estas palavras que abriram o encontro que decorreu na reitoria da NOVA no dia 23 de outubro, na reunião de lançamento do NIMSB, sigla por que é conhecido o NOVA Institute for Medical Systems Biology – um consórcio com o Max Delbrüch Center, (MDC) de Berlim - e que pode ver ou rever no Youtube

Com o objetivo de atrair o melhor talento em Portugal e não só, o NIMSB será constituído nos próximos 6 anos e terá uma equipa de cerca de 200 investigadores. Além disso, prevê uma ligação próxima com hospitais e outras instituições de saúde, numa rede que se quer colaborativa com o ecossistema local.  

O projeto beneficiará muito da experiência do MDC, onde funciona um centro do género - BIMSB – assim uma espécie de irmão mais velho do NIMSB e que será, como rematou o Reitor da NOVA, “Imprescindível para o sucesso do nosso NIMSB”.  

Holger Gerhardt, o vice-diretor científico do MDC, aproveitou igualmente para celebrar este momento inicial. “Temos uma visão partilhada do que é preciso para alargar as fronteiras da medicina da precisão”, disse, recordando como a experiência de trabalho em conjunto da ciência durante a recente pandemia mostrou que é esse o caminho. “A chave para o sucesso é a colaboração” 

O responsável do MDC lembrou como a experiência de 15 anos do BIMSB abriu as portas para a possibilidade de se detetarem os primeiros sinais de uma doença e propor de imediato um tratamento adequado.  

Agora, acrescentou, “acreditamos que o NIMSB será um centro de investigação líder na EUROPA muito em breve”. 

Isabel Rocha, vice-reitora da NOVA que coordena as áreas da investigação e da criação de valor, fez ainda questão de sublinhar como assim se está a dar mais um passo “para tirar o máximo partido do talento que já temos”.  

Ou seja, nas oito unidades que, na NOVA; se dedicam à área da saúde e das ciências da vida avaliadas com muito bom ou excelente pelos parâmetros internacionais – contabilizando ainda mais de 500 investigadores doutorados, com mais de 2500 publicações nos últimos 4 anos, e com uma internacionalização de mais de 50 %, segundo todas as bases de dados que fazem este tipo de classificação.  

“Acreditamos que temos massa crítica suficiente para dar este passo de gigante”, rematou.  

 

 

 

"O corpo como um sistema inteiro” 

O palco foi, depois, de Ana Pombo, líder de grupo de investigação no MDC e a quem o investigador da NOVA, António Jacinto, apresentou a sua ideia de criar um centro de excelência conjunto na área da medicina de precisão. “A pesquisa no MDC está já na vanguarda a nível mundial; com esta parceria, podemos e ir ainda mais além”.  

António Jacinto, professor da Faculdade de Ciências Médicas/NOVA Medical School e investigador afiliado do CEDOC – Centro de Estudos de Doenças Crónicas, reconheceu igualmente o valor acrescentado da parceria. “A investigação na NOVA tem também muita qualidade, mas está dispersa”, disse, acrescentando que, com este projeto, vai ser possível valorizar muito mais os recursos que temos. “Em breve, vamos estar a trabalhar a todo o vapor”.  

Contando com um financiamento total de 30 M€ (sendo metade do Programa Horizon 2020), o projeto entusiasma igualmente duas outras figuras inspiradoras da medicina e da investigação em Portugal: o conceituado cirurgião e professor jubilado da Faculdade de Ciências Médicas/NOVA Medical School, José Fragata, e a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, igualmente conhecida por ser pioneira mundial na investigação da eletrónica do papel. 

“A proposta é a de uma medicina que olha para o corpo como um sistema inteiro”, elogiou José Fragata, depois de lembrar que era ainda vice-reitor da NOVA, onde coordenou a plataforma estratégica NOVA Saúde, quando apadrinhou o projeto – que contempla ainda a construção do que chamou “a mais poderosa infraestrutura de investigação para a saúde do país”.  

A ministra Elvira Fortunato também não poupou nas palavras elogiosas: “Com o envelhecimento e as alterações climáticas, pede-se uma visão assim holística da saúde; que se proponha investigar, descobrir e transferir esse conhecimento para a sociedade, oferecendo uma resposta eficaz aos seus problemas”.