pixel Visita oficial a Rabat: NOVA ergue (mais!) pontes em África   | Universidade NOVA de Lisboa

Visita oficial a Rabat: NOVA ergue (mais!) pontes em África  

Enquanto se prepara para enviar uma delegação a Rabat, a NOVA dá novos passos na sua estratégia de internacionalização para a região do Sul do Mediterrâneo. Por um lado, estreitando as relações com as instituições de ensino superior locais e, por outro, construindo pontes entre elas. Seja do mundo lusófono ou dos seus vizinhos. Para entender todo o processo, a palavra-chave é cooperação.

Cabo-Verde, Marrocos, África do Sul, Tanzânia... A sucessão de reuniões, encontros e visitas estratégicas entre responsáveis da Universidade NOVA de Lisboa e os seus congéneres naqueles países, nos últimos meses, têm sido brindadas pelo êxito, mas visam ainda ir muito para lá das parcerias estabelecidas. Agora, que se prepara a viagem de uma delegação da NOVA à Universidade Internacional de Rabat, na semana de 17 a 21 de julho, há novas pontes a desenhar-se no horizonte.  

“Além da Europa, berço da nossa identidade, e com a qual partilhamos uma cultura, valores e desafios comuns, e do Atlântico Sul, onde Portugal tem uma influência histórica, desde logo pela língua, que é a mais falada no hemisfério sul, a estratégia de internacionalização da NOVA tem como terceiro eixo de orientação a região do Sul do Mediterrâneo, que representa um mercado de 200 milhões de habitantes. A Universidade Internacional de Rabat (UIR), em Marrocos, é particularmente estratégica para a NOVA por vários motivos. Desde logo, pela proximidade geográfica e, a muitos níveis, cultural, o que facilita a cooperação académica e, também, a atração e adaptação dos estudantes da região à NOVA. A UIR é também um dos nossos parceiros globais no âmbito da EUTOPIA e, em alinhamento com a visão do país de investir na excelência académica para apoiar setores estratégicos, está a apostar na oferta de double degrees com universidades de renome, pelo que a NOVA deve aproveitar essa oportunidade para promover e expandir a sua oferta formativa nas áreas onde as necessidades educativas são maiores e, assim, contribuir para o desenvolvimento do país. Ao criar parcerias em projetos de investigação e outras formas de cooperação com a UIR e os seus parceiros no meio empresarial, a NOVA promove também a transferência de conhecimento e fortalece a sua reputação enquanto instituição académica de excelência pelo Sul do Mediterrâneo, de Marrocos ao Egito, onde neste último já funciona o seu campus internacional, e com isso atraindo talento estudantil e académico da região para a NOVA e enriquecendo a experiência de quem aqui estuda e trabalha com essa maior diversidade cultural”, sublinha o Reitor da NOVA, João Sàágua, sobre esta visita estratégica. 

De momento, contam-se já protocolos firmados entre a NOVA e a Universidade de Cabo Verde (UNICV) desde o verão passado; Universidade Internacional de Rabat, em Marrocos, e Universidade de Stellenbosch, na África do Sul, são, desde final de 2022, parceiros globais da NOVA no âmbito da EUTOPIA European University (a aliança de 10 universidades europeias de que a NOVA faz parte); e, mais recentemente, em visita à Tanzânia, ficaram  claras as manifestações de interesse local em promover mais e melhores relações com o vizinho Moçambique. Mas não só. 

Pela ação do programa Erasmus, que promove mobilidades de curta duração fora da Europa e cujo foco vai ao encontro da estratégia de internacionalização da NOVA, há igualmente financiamento aprovado para ações em países como Argélia, Tunísia, Marrocos, Cabo Verde, Quénia, Tanzânia, Angola, Moçambique e África do Sul.  

Acrescente-se ainda o esforço no recrutamento de talento africano para a NOVA, nomeadamente para o SUPERNOVA, programa desenvolvido para estudantes que completaram (ou estão perto de completar) o ensino secundário e que, no futuro, pretendem candidatar-se ao ensino superior na NOVA ou em algumas das universidades suas parceiras – caso de Ca' Foscari, em Veneza, CY Cergy, em Paris, ou ainda Lancaster University, no Reino Unido. E aproveitando as redes de colégios internacionais, em particular da Aga Khan Academy, que abrange cerca de 20 colégios em mais de 6 países africanos.  

Um rol de possibilidade em que entram ainda a Universidade do Algarve e o novo campus da NOVA no Cairo, para onde, no ano passado, a NOVA deu ainda um outro passo de gigante, ao abrir o primeiro campus português para lá do território nacional. Foi no início de outubro que se abriram as portas da NOVA Cairo – para já, acolhe alunos pré-universitários; em breve terá disponíveis graus de licenciatura.  

Um passo mais natural do que se poderia pensar, dado que a NOVA já tinha fortes relações com parceiros locais, caso por exemplo da American University Cairo - além, claro, da forte implementação em África, devido à relação histórica e cultural com os países de língua portuguesa no continente. A África lusófona beneficia da cooperação com a NOVA em diversos protocolos firmados – e neste momento começa também a desenhar-se a promoção do trabalho conjunto entre as instituições lusófonas e os seus vizinhos. 

A palavra-chave que liga todo este percurso é, efetivamente, cooperação - um trabalho cujas sementes foram plantadas pelo Projeto Desenvolvimento e Inovação Universitária - África (UDI-ÁFRICA), que a NOVA coordenou em 2017 com a participação ativa do King's College London, Maastricht e a Université Libre Bruxelles, em resposta a um convite feito pela União Europeia ao programa Erasmus + para o Reforço de Capacidades no Domínio do Ensino Superior, em consórcio com outros nove parceiros.  

Um ano depois da entrada em vigor dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) aprovados pela Organização das Nações Unidas - em que se estipulava no ODS 4 que a Educação é uma força motriz para o desenvolvimento - o UDI-África ganhava ainda mais robustez ao abrigo dessa plataforma estratégica da universidade que é a NOVA for the Globe. Ao mesmo tempo, dava também os primeiros passos para capacitar os parceiros africanos na promoção do desenvolvimento sustentável e inclusivo na sua região e país.  

A importância e a urgência destas pontes emergiram com clareza dos dados então recolhidos. Segundo salientava à época o Banco Mundial, metade da pobreza extrema do mundo estava na África Subsaariana. Ali, no continente mais jovem do mundo - quase metade da sua população tem menos de 15 anos – vive também a população menos qualificada, com as taxas de frequência universitária das mais baixas do planeta, salientando assim o enorme desafio educacional à vista. Ainda mais quando, segundo os números mais recentes, o crescimento económico na região abrandou.  

Na perspetiva dos estudantes, o projeto já prometia mais do que poderiam pensar: “Se vai mudar a nossa vida? Sem dúvida”, sublinhava então uma das estudantes apoiadas – num vídeo bem revelador do caminho que há ainda por fazer. E que segue a inspirar a NOVA.